A Lagoa de Carapicuíba, na divisa com Barueri, pode ser o destino dos detritos que serão retirados do leito do rio Tietê durante seu processo de desassoreamento, que começa em maio.
Segundo o governador Geraldo Alckmin, embora ela seja um dos locais cotados para receber o material, isso ainda não está definido. “A decisão é da Secretaria de Meio Ambiente”, afirmou, na manhã de ontem, durante entrega das obras de reforma da estação de trem de Carapicuíba.
A decisão deve sair até maio, quando começam as obras, que atualmente estão em fase de licitação. Mas, se ela for pela lagoa, a medida não é novidade. O local já foi alvo de toda a lama retirada do Tietê em processo anterior de desassoreamento, em 2003.
A diferença, agora, é que o local, que já serviu até de lixão, está sendo transformado em um parque, obra que também é tocada pelo governo do Estado. E o aterramento da lagoa, que será transformada apenas em uma espelho d´água, poderá ser feito com os detritos retirados do rio, formados em sua maioria por areia.
Projeto
Outro ponto forte, a favor da lagoa, é que o governo do Estado não teria despesas para usá-la com depósito, o que não aconteceria se os detritos fossem levados para um aterro. “A economia será de R$ 150 milhões. São 4 milhões de metros cúbicos de material de dragagem dos rios Tietê e Pinheiros (que vão para a área)”, afirmou Ricardo Borsari, diretor de Obras do DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica), órgão responsável pelo projeto, ao jornal Folha de São Paulo, antes mesmo da definição do local.
Ele também adiantou que o projeto envolve a destinação de parte da área, com tamanho semelhante ao do Parque Ibirapuera, para um terminal de carga, que seria construído e operado pela iniciativa privada. E o dinheiro obtido com essas atividades manteria o parque em funcionamento. Já o ponto negativo vem do risco de material poluir o solo, o que também será analisado.
Desassoreamento
O desassoreamento dos rios Pinheiros e Tietê faz parte de um projeto do governo do Estado para combater as enchentes na região Metropolitana. O objetivo é deixar o leito mais profundo e permitir maior vazão das águas das chuvas. No caso do Tietê, o desassoreamento vai retirar 2,7 milhões de m³ de sedimentos do leito, dos quais 2,1 milhões de m³ ainda em 2011. No Pinheiros, serão retirados 1,5 milhão de m³ de detritos ao longo de 25 km do rio.
Fonte: Cotia Todo Dia