A agência da Previdência Social em Ribeirão Preto é a quinta do Estado de São Paulo com o maior tempo de espera para um segurado passar pela perícia médica. Em média são 50 dias de espera, em uma fila que tem ao menos duas mil pessoas.
Ribeirão só tem o atendimento mais rápido que São Paulo, guia da cidade Carapicuíba, Encontra Itanhaém e guia da cidade Cruzeiro. Pelo agendamento eletrônico disponível na quinta-feira (8) no site da Previdência, as perícias em Ribeirão estão sendo marcadas para o dia 20 de janeiro. A avaliação de um perito é uma exigência da Previdência para a concessão do auxílio-doença.
O gerente executivo do INSS em Ribeirão, Rui Brunini Junior, considera a situação bastante preocupante e diz que o problema ocorre por três fatores: falta de médicos peritos e o período de afastamento de servidores e férias dos servidores. Para o INSS, o ideal é que a fila não demorasse mais que cinco dias. “Até outubro conseguimos manter 15 dias como prazo razoável de espera. Mas sempre um médico ou outro acaba ficando doente e as perícias acumulam.”
Sem reflexo imediato
Mesmo com a inauguração recente de uma segunda agência do INSS nos Campos Elíseos, a gerência não conseguiu reduzir o tempo de espera. Isso porque o número de médicos permanece o mesmo. São 11 profissionais para realizar 130 perícias por dia.
A Previdência chegou a anunciar a contratação de novos funcionários, mas o concurso só deve ocorrer em 2012. “Para reduzir o tempo de espera, precisamos de ao menos mais cinco peritos. Assim, elevaríamos o número para 190 perícias por dia”, diz Brunini.
Conforme o gerente, outro entrave é que, além das perícias, os médicos têm outras atribuições, como avaliação de aposentadoria especial e visita às empresas para fiscalizar normas de segurança do trabalho.
Neste ano a agência da Previdência em Ribeirão concedeu 7.712 auxílios-doença, de janeiro até a primeira quinzena de novembro. Foram pagos exatos R$ 10.671.312,62. Esse valor se aproxima aos R$ 11,5 milhões pagos em 2010.
Demora prejudica pagamento
Como o tempo de espera supera os 30 dias, o segurado terá de aguardar um prazo maior para receber o benefício. “A nossa preocupação é manter o pagamento sem qualquer interrupção. Estamos nos esforçando para evitar qualquer tipo de problema. Alguns mutirões de atendimento foram realizados aos sábados”, diz Rui Brunini Junior, gerente executivo do INSS.
Pelos critérios da Previdência, o pagamento é feito de 10 a 22 dias após a perícia. Entretanto, com o prazo de agendamento estendido, ocorre a interrupção no pagamento. Brunini Junior explica que o pagamento do benefício é realizado normalmente, quando a perícia médica ocorre dentro dos primeiros 15 dias de afastamento do trabalhador.
Mais de 50% mantêm dados desatualizados
Na tentativa de reduzir a espera, a Previdência em Ribeirão tem realizado mutirões e até antecipado alguns atendimentos, quando consegue peritos de outras cidades. Porém, a dificuldade é localizar os segurados para comunicar a data.
Isso porque mais de 50% mantêm o telefone desatualizado. “A pessoa precisa informar o telefone correto no momento que requer o auxílio-doença. Quando abre a vaga, nós ligamos para comunicar, mas nem sempre conseguimos”, explica Brunini.
Segundo ele, a comunicação é feita por telefone, devido à agilidade. Para tirar Ribeirão do ranking das cidades com pior tempo de espera, a gerência local está adiantando as perícias que estavam agendadas para depois do dia 20 de dezembro.
Fonte: Jornal A Cidade